Dentre os dias 15 e 17 de novembro de 2018 ocorreu a 2ª edição da Brasil Eco Fashion Week (BEFW).
Além de ter sido aberta ao público, a Brasil Eco Fashion Week possui como principal meta fomentar a moda sustentável nacional, apontando alternativas da moda consciente.
O evento foi recheado de oficinas, bate-papo, palestras, além dos desfiles de moda sustentável. Confira, a seguir, uma seleção de roupas e informações de cada desfile.
Dia 15/11
A Movin abriu os desfiles dessa edição da BEFW. A grife carioca trouxe peças de estilo minimalista e tecidos como uma espécie de couro feita a partir de bactérias (a poliamida biodegradável), além de algodão orgânico, algodão reciclável e bambu.
O segundo desfile foi da Manui Brasil, grife de slow fashion, que traz roupas com tingimento natural e estampas feitas manualmente. Para os acessórios, que são veganos, foi feita uma parceria com a marca Kristaloterapia, de Ana Carolina Nascimento, que trabalha com pedras brutas e suas energias.
A Brisa Slow Fashion, que também trabalha com tecidos de baixo impacto ambiental, é uma marca de alfaiataria, que trouxe técnicas manuais incríveis (que são tendência!).
O estilista Ronaldo Silvestre trouxe trabalho feito a mão com denim pelas mulheres do Instituto Tecendo Itabira.
O último desfile do primeiro dia de BEFW ficou por conta da Natural Cotton Color. A marca produz peças com o algodão colorido da Paraíba e trabalho de rendeiras, bordadeiras e artesãos do Nordeste brasileiro.
Dia 16/11
O primeiro desfile do dia foi da Aurora Moda Gentil. A marca valoriza a arte manual feita com lã orgânica e trabalha com mulheres em situação de vulnerabilidade social. Além disso, também é usada fibra de garrafa PET nas confecções das peças. Os detalhes desse desfile ficaram por conta das agulhas tanto nas peças quanto nas mãos das modelos.
Envido, criada pelas irmãs Lívia e Mariana Duda, foi o segundo desfile. Dentre os materiais usados na confecção das peças estão o algodão reciclado e poliester (PET), nylon biodegradável, linho e algodão orgânico. A coleção foi intitulada VOA, inspirada na liberdade das mulheres.
A estilista Ana de Jour trouxe peças feitas sem desperdício com fibras naturais, como a seda, com acabamentos handmade. Os looks do desfile têm um estilo romântico e atemporal.
O grande diferencial da Nuz, quarto desfile do dia, é que as peças podem ser utilizadas de diversas formas, até mesmo do avesso. Os óculos apresentados no desfile foram criados em parceria com a artista Alice Balestrano Floriano.
A marca Comas utiliza da técnica upcycling para produzir suas peças. Por meio dessa técnica, os produtos descartados são recuperados, transformados e recolocados no mercado. Para as peças feitas com jeans, foi uma parceria com a Souza e Cambos, empresa que usa jeans reciclado, desfibrado de sobra e misturado com algodão.
Ademais, a estilista Agustina Comas se inspirou no trabalho da Rios & Ruas, iniciativa que estuda e organiza expedições para que a população de São Paulo descubra rios que foram soterrados para a construção de ruas e que voltam a surgir em épocas de chuvas. Outra parceria foi com a Revoada, empresa que cria produtos a partir de câmaras de pneu e tecidos de guarda-chuva descartados. Os sapatos ficaram por conta da Insecta Shoes.
O desfile da Aluf encerrou o segundo dia de BEFW. A marca usa tecidos 100% sustentáveis e/ou naturais como seda, algodão e linho. As peças do desfile são de tons de cru e azul, sendo que esse foi obtido por tingimento natural com índigo natural, água do mar e sal. Os sapatos foram feitos em parceira com a DriCarneiro Shoes.
Dia 17/11
A Jouer Couture deu início ao terceiro e último dia de desfiles. Priorizando o conforto e a qualidade, a marca produz peças em parceria com o projeto social Pano Pra Manga. A coleção trouxe peças de lindas cores vivas como laranja, vermelho, rosa, verde, amarelo e azul.
Carlos Bacchi Atelier de Costura trouxe vestidos de festa e de noiva feitos artesanalmente.
A carioca Think Blue, que trabalha principalmente com o jeans, cria roupas feitas com matéria-prima descartada e visa causar o menor impacto ambiental negativo. Nesse desfile, além das roupas, cada modelo trazia um cartaz com mensagem de protesto.
A estilista Francesca Córdova trouxe a coleção MADE BY HUMANS (feito por humanos). O xadrez tartan com patchwork remete ao movimento punk. Além disso, trouxe vestidos, mangas, casaco em crochê totalmente feitos à mão. Frases como “All we need is freedom” (Tudo o que precisamos é de liberdade) e “Eleutheromania (n) a strong desire for freedom” (Eleutheromania, um substantivo que significa um forte desejo de liberdade) foram bordadas em algumas peças. Os sapatos são da Vert Shoes.
A Grama, marca de moda sustentável que foi a penúltima a desfilar, valoriza o trabalho artesanal e trabalha com mão-de-obra e fornecedores nacionais. Na passarela da marca é possível ver bermuda ciclista, sobreposições (com transparência ou não) e looks com detalhes especiais como bordados. Os sapatos foram feitos pela YAS.
Por fim, tivemos o desfile da Ahlma para encerrar o BEFW! A marca trouxe roupas feitas de tecidos recuperados, reciclados ou certificados. A ideia de peças de modelagem feminina e masculina, oversize, macacão e looks monocromáticos é para que cada um construa sua identidade, sem se atrelar à ideia de gênero. Destaque para a parceria com a Pantys, que produz calcinhas e sutiãs absorventes reutilizáveis.
Fontes: Vogue Brasil, Lilian Pacce e Brasil Eco Fashion Week.