Começou na última quarta-feira, 23/6, a São Paulo Fashion Week (SPFW) N51, intitulada Festival SPFW + Regeneração, com um formato 100% online.
Confira a seguir todos os desfiles do primeiro dia de SPFW N51:
Ronaldo Fraga
A São Paulo Fashion Week começou com tudo com a apresentação da coleção Terra de Gigantes de Ronaldo Fraga. O tema era o Cariri cearense, bem como as culturas locais. O estilista contou com um projeto do Sesc Ceará em parceria com o Senac e foi até os Museus Orgânicos e dos Mestres da Cultura do Cariri.
Nos Museus Orgânicos, as casas e oficinas dos mestres e mestras do Cariri são abertos ao público, onde é possível ver fotografias, objetos, roupas e memórias da cultura local.
“A coleção Terra de Gigantes é para mostrar um Brasil que existe, que resiste e que insiste, mas ele também deslumbra, que é o Cariri cearense”, declarou Ronaldo Fraga após a apresentação.
A coleção, feita inteiramente de linho, com túnicas, macacões e vestidos vieram com muitos bordados, fitas e rendas. Além disso, Fraga acompanhou virtualmente o processo de montagem da coleção que contou com a ajuda de 15 alunos e profissionais do Senac-Crato.
Os looks eram super coloridos em azul, laranja, amarelo, vermelho e rosa, ora lisos, ora estampados com arabescos, aviões, flores, fotopinturas e pássaros do sertão de Potengi.
O catolicismo na região aparece representado num vestido-batina com colares de cruzes e corações próximo à estátua de Padre Cícero. “É necessário descatequizar o povo brasileiro para que ele encontre os seus verdadeiros deuses”, declarou Fraga.
Um momento muito bonito no fashion film é quando aparece um banquete reunindo mestras e mestres do Cariri, como uma celebração.
Confira a seleção de looks:
Aluf
A coleção Beleza Cotidiana da Aluf, pensada no início de 2020, antes do lockdown, procurou olhar para pequenos detalhes do dia a dia.
“Tudo começou com uma foto tirada por mim de um chiclete verde no chão”, declarou Ana Luísa Fernandes, criadora da marca. Além disso, ela contou que também se inspirou no desenho do sofá de sua casa e na madeira das mesas, sendo que esta virou brincos e acessórios.
A coleção, trazida pelo chiclete, é clean em tons de cru, branco, bege, verde e preto e com tecidos de sarja, algodão texturizado e linho.
Os looks não têm estampas e são atemporais e leves, feitos a partir de tecidos e tingimentos que não agridem a natureza.
Ateliê Mão de Mãe
O Ateliê Mão de Mãe, apadrinhada por Gustavo Silvestre, deu início aos desfiles do Projeto Sankofa com uma coleção intitulada Ressignificação.
A marca soteropolitana, fundada por Vinicius Santana e Patrik Fortuna como alternativa de sustento durante a pandemia, trata da técnica do crochê.
A cartela de cores ficou em tons terrosos e, além do artesanato, contas e brilho foram lindamente substituídos por búzios, palha e conchas.
De acordo com a marca, os búzios e palha da costa foram uma alusão aos orixás, enquanto a paleta de cores remeteu à luz solar.
Vestidos, biquínis, macaquinho e saias foram produzidas por Luciene, mãe de Vinicius, e duas outras crocheteiras.
“Essa é a nossa religião, então nos inspiramos em Iansã e Obaluaê, traduzindo essas influências de forma moderna”, declara Vinicius sobre as referências do candomblé.
Chapéus de palha coroavam as modelos.
Confira os looks:
Meninos Rei
A Meninos Rei, segunda marca do Projeto Sankofa, apresentou a coleção L’oju Esú (Aos Olhos de Exu) em homenagem a Exu, o orixá da comunicação e da linguagem.
“Essa coleção é um ode à nossa ancestralidade africana e a Exu, que sempre esteve olhando por nós e nos conduziu pelo caminho que nos trouxe até aqui”, declarou Junior Rocha, um dos criadores da marca.
Céu e Júnior Rocha, criadores da marca baiana, utilizam tecidos africanos modificados por patchwork para criar suas peças com shape mais streetwear.
Tecidos estampados e multicoloridos de Guiné-Bissau foram transformados em macacões, tops de mangas bufantes, calças, camisas e ternos.
Com o padrinho João Pimenta, a Meninos Rei criou um macacão em tecido africano com gola de blazers e punhos de camisa.
Confira os looks:
Anacê
A Anacê, de Clara Watanabe e Cecília Gromann, estreou na SPFW com a coleção Ruta, nome científico da arruda, usada em banho para trazer boas energias.
A marca falou da espiritualidade e tecnologia, que tomou conta da nossa vida durante a pandemia, da necessidade do autocuidado. “Uma coleção que surge a partir de uma reflexão sobre a introspecção, sobre o olhar para si. Crenças, Ter fé, Acreditar em algo superior. Necessário. Nesse momento, a tecnologia se apresenta como a ponte principal entre as relações. Estar conectado. Conforto ou ansiedade”, declarou a marca.
A dupla trouxe alfaiataria contemporânea com toques de streetwear, modelagem oversize e sem gênero, feitas com algodão sustentável e materiais tecnológicos.
Dentre as peças mostradas estão bodies com fecho aberto, macacões, vestidos, capas, túnicas, bermudas e camisas.
Confira a seleção de looks:
Samuel Cirnansck
Samuel Cirnansck, estilista especialista em moda festa, não apresentava suas coleções na semana de moda desde 2018.
“Pensei na necessidade de fazer tudo se movimentar. Com a pandemia, está bem difícil. Mas uma coleção, mesmo que enxuta, faz com que bordadeiras e costureiras trabalhem, modelos sejam contratadas. Acredito que é também o nosso papel fazer com que este cenário continue a existir”, ele afirma sobre seu retorno à SPFW.
O fashion film gravado no Teatro FAAP traz a ideia de backstage, como um making of.
Samuel trouxe sete vestidos repletos de bordados de cristais dignos de alta-costura. Ele usou o corset, mas retirou o tecido e manteve a estrutura para construir em cima.
Confira a seleção de looks:
ÀLG
A ÀLG se inspirou no filme Space Jam: Um Novo Legado e no universo do basquete para o primeiro dia de SPFW.
A colaboração entre a marca desenhada por Alexandre Herchcovitch com a Warner Bros, Consumer Products e Cartoon Network, trouxe peças como bombers, tops, croppeds, calças largas, camisetas e camisas, jeans, bermudas, leggings usadas com sobreposição.
“Sempre gostei muito de interpretar as personagens de diversos lugares e, dessa vez, a Warner se aproximou com a gente para ver se poderíamos fazer uma colaboração, que influenciou até o tema da coleção”, declarou Herchcovitch.
Estampas camuflada, de correntes e geométrica, além de xadrez, estavam presentes. Não poderiam faltar as personagens de Looney Tunes como Pernalonga e Piu-Piu.
Os looks confortáveis com shape esportivo e amplo foram feitos em algodão e náilon.
Os complementos ficaram por conta de suportes para bolsas de basquete (que não eram bolsas), mochilas, sacolas, tênis com animal print e chinelos.
As peças já estão disponíveis no site da ÀLG.
Confira a seleção de looks:
Lilly Sarti
Introspectiva, Lilly Sarti se inspirou em reflexões e em esoterismo.
A coleção é bem feminina e ainda tem o toque boêmio próprio da marca e foi dividida em três coleções-cápsula: “percepção do eu”, “reflexão do ser” e “dimensão do sagrado”.
As peças, em sua maioria lisas, são simples, em tons pasteis, mas com detalhes interessantes, seja um recortes nas costas e no quadril, uma abertura, decote, babados ou botão.
Havia estampas de planetas e estrelas, formas de labirinto, peixes e flores pequenas, além de patchwork de jeans, shorts, bermudas, camisa branca e jaquetas.
Tecidos como algodão, linho, tricoline e tricô com acabamento de crochê e fios reciclados a partir de garrafas PET garantiram peças confortáveis.
Para os pés, vieram saltos baixos e flatforms estampadas.
Confira a seleção de looks:
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